quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Lisboa, 11 de agosto de 2011, 19:54

Tudo muda, tudo se modifica.
Sonhos, expectativas, frustações!

O tempo corre em incontáveis sons,
percetíveis quando são já silêncios.

No meu passado distante as memórias
reconstroem-se, purificando-se.

Assumem novas formas e outros toques;
desilusões morrem indefinidas.

O meu coração respira sem mágoas
e os sonhos, já perdidos, regressam;
com novas promessas, novos perfumes,
novas melodias e novos cânticos
transportando sempre aquelas lembranças,
ainda aguardando que alguém as escute!

10 de janeiro de 2010


O silêncio dos meus pensamentos
ecoa livre nas asas do tempo.
Após o tumultuar das revoltas
e de reconstruções interiores
quase sem fim e sempre sem sentido,
fui encontrado pela serenidade
dos teus olhos ternos, sonhando a vida.

E descansando nos teus braços quentes
este meu coração adormeceu,
por fim, feliz, ansiando o futuro,
rendendo-se tranquilo a ti.

9 de janeiro de 2010


Ainda aguardo pelos dias quentes
em que a luz brilhará mesmo na ausência
do sol que todas as manhãs me abraça.

Estou certo que essa luz quase eterna
em muito se assemelhará aos teus olhos,
porém carecerá da tua vida.

As palavras fogem-me, fico só!
Os meus pensamentos estão vazios.
Tudo partiu, numa viagem triste...

No meu caminho, iludem-se os meus passos;
as minhas ilusões formam a bruma
que de madrugada me cobre a pele.

Em desespero, em busca pela luz,
dou mais um passo irrefletido, sóbrio
de tristeza e inundado de esperança.

Nunca mais chego à luz; à sua paz,
ao calor do seu ventre único e doce
onde descanso o meu corpo dorido.

É no toque dos seus afetos rubros
que as minhas novas ilusões são vivas
e que os meus sonhos, por fim, se cumprem.

A luz brilhante sempre foste Tu!
Aquela que dorme agora a meu lado;
aquela que chora a minha tristeza;
Aquela que é a minha Felicidade!

12 de agosto de 2010


Dorme calma e livre nesta noite meu amor.
Eu velo o teu sonho para que tu descanses.

Não temas maus sonhos ou mesmo pesadelos,
pois estou aqui, junto ao teu corpo adormecido.

Esta noite, eu persigo eternamente o medo
que insistir em perturbar a tua paz de alma.

Nenhum espírito tocará a tua pele
ou tomará como sua a tua esperança.

Vamos partilhar a nossa perenidade,
iludi-la por toda esta noite de névoa.

Não te inquietes, eu afasto este velho frio
que desce sobre nós chegada a madrugada.

Deixa então o meu corpo ser o teu manto eterno,
tal como as tuas estrelas o são do céu.

A minha pele quente fará a tua arder
e não mais sentirás o alvoroço da angústia.

Dorme tranquila, esta noite e por muitas mais,
eu guardo-te e tu, nesses sonhos de menina,
por certo, também me velarás por toda a noite.
Meu amor, desde que Tu tomaste a minha vida
as minhas noites abandonaram silêncios,
e perderam-se dos braços da solidão
e vivem de novo sonhos da minha infância.

Dorme feliz e sonha a nossa eternidade.
Eu velo por ti, guardando-te no meu peito.

12 de agosto de 2010
Ao longe, perdido pela distância
o som salgado das ondas bramindo.
A voz grave do oceano alcança-me.
Toda a noite atravessa o meu caminho.
A harmonia lenta do silêncio
perdeu-se e o meu sono já dispersou.
Permaneço desperto, ouvindo o tempo.

O coração pulsa sempre mais forte,
o mundo à minha volta dorme triste
na penumbra fria, onde apenas eu
mantenho a consciência presente.

Ela chegará um dia mais tarde.
Estará algures pelo meu caminho!

E agora tu serás sempre o meu auxílio
na busca incessante para a encontrar!

10 de janeiro de 2010, Póvoa de Varzim
Lisboa, 19:02. 11 de Agosto de 2011